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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Historias de Tabatinga

Meu irmão Zé Luiz, quando esteve aqui , disse que meu blog fala muito do meu passado, das coisas que vivi em SP, do que já passou enfim…
Não é essa a intençaõ,ou melhor não é apenas essa intenção.
Escrever sobre o que passou, é guardar em algum lugar um pedaço da minha história, rever minha vida pode ajudar a fazer de mim uma pessoa melhor , e agora na minha idade, embora exista futuro pela frente, assim espero, assim imagino, a gente já começa a ter histórias para contar.
Além de que, sempre gostei de histórias. Sempre gostei de ouvi las, e agora é minha vez de conta las. Já tenho tempo de vida pra isso.
È uma sensação boa.
E das historias do meu passado, presente e futuro ,uma das que mais gosto, é da história da vida dele, que acabam por provar que ele é realmente uma pessoa especial.
Eu achava interessante seus amigos em Sp, as pessoas com quem ele se relacionava.
Não o fato de muitas delas serem pessoas conhecidas e sim como a maioria delas eram pessoas , com conteudo intelectual, que eu imagino que a conversa dele, tinha algo a lhes dizer, senão não perderiam tempo com ele.
Jornalistas, escritores, teatrologos ,musicos gente conhecida, que vemos por aí em revistas , em programas de tv, por que têm algo a dizer, eram seus amigos pessoais.
Ele foi citado como referencia de estilo em revistas de moda, assim como matérias sobre discos, livros,
E nessa hora de sessão coruja explicita, quero lembrar, que tudo isso, girava em torno de um rapaz que se fez sózinho como homem, onde tudo que conquistou como ser humano, foi graças a sua sensibilidade e sabedoria com a vida.
Teve ter tido seus tropeços , mas caminhou sempre, não parou nunca.
Foi um garoto terrivel em Tabatinga: Seu apelido "era forma de fazer capeta" popular FORMA 
Em Ibitinga e São Paulo era o PARDAL
Há vinte anos mora em Londres, formou se gastronomia por lá, e é um cidadão ingles
Quase um Lord...

domingo, 20 de novembro de 2011

PRIMEIRA VEZ

A primeira vez a gente nunca esquece. Essa frase é muito boa.
Simplesmente verdade.
O primeiro beijo, o primeiro amor, primeiro professor, primeiro sapato de salto, primeiro sutiã, primeiro vestibular, primeiro emprego, primeira menstruação, primeira comunhão.
Independentemente da religião que optamos seguir pela vida a fora. A primeira comunhão a gente não esquece.
A preparação (catecismo), o ritual.
A primeira confissão para o padre.
Eu estava com 9 anos quando tive a minha primeira comunhão.
Em Tabatinga, claro.
Nos tempos em que eu tinha essa idade, a gente acreditava em tudo e não questionava nada.
Então, confessar pecados para o Padre tinha um peso grande, um quê de mistério e temor.
Ansiedade e friozinho na barriga. Como seria? O padre ia contar para Deus o que eu lhe falasse? Ou Deus ouviria direto? E as reações, de um e de outro?
Qual o castigo? Quantas Ave Maria e Pai Nosso ??
Para não esquecer, a maioria das crianças escrevia a listinha dos pecados num pedaço de papel, assim candidamente.
Intimamente, eu jurei para mim mesma dizer a verdade, não esconder nada.
Contei das brigas com minha irmã, outras com algumas amigas, assumi que desobedeci meus pais. Ufa! Pronto. Acabei.
Coração aos pulos. Três Pai Nosso, três Ave Maria. Estavamos quites.
Pecados zerados, pronta para receber a comunhão.
Outro momento de grande mistério! Que gosto teria? Que sensação sentiria?
Curiosidade de tirar o ar.
Momento solene. Os coroinhas tocavam as sinetas, silencio, cabeças baixas e fila organizada.
Primeiro as meninas, de vestido e sapatos brancos, e véu.
Luvas brancas e terços de perola eram acessórios obrigatórios.
Eu enrolei os cabelos com bobs, sabe-se lá porque, os cabelos já eram cacheados. Só serviu para ficar a marca de cada bob depois de retirado.
Tentei passar um batom. Minha tia Cleide mandou tirar.
Ela é minha madrinha de primeira comunhão ao lado do então patrão de meu pai, Osmar D’Abruzio.
Como os dois eram solteiros e descomprometidos, acho que meu pai quis dar uma de cupido. Não funcionou.
Meus pais não foram, eles quase nunca saiam de casa.
Depois da missa, houve uma confraternização no salão de festas da igreja.
Vários tipos de bolos feitos pelas mães, regados á chocolate quente e Q’Suco.
Tenho a foto com meus padrinhos, ao lado de alguns amigos.
Tenho a tradicional foto ajoelhada diante da figura de Cristo, e ele entregando a hóstia.
Essa foto era distribuida em cópias para todos os tios, padrinhos, avós.
Foi um dia feliz.
Digamos que agora eu penso que não estava entendendo nada, mas curtindo tudo.
Grandes mudanças.
 A preparação agora, dura 3 anos, o que á meu ver só faz afastar as crianças da igreja. Três anos de catecismo, não dá!
 O uniforme mudou :calça jeans e camiseta com estampa de um cálice onde le se “Primeira Eucaristia”.
Disseram que passou a ser assim para evitar desfiles e concorrencias.
Antes as meninas queriam ir cada vez com vestido mais sofisticados, quase noivas.
Se bem que, juro que minha Tia Lucia, viu uma camiseta onde a estampa do cálice tinha sido todinha bordada de paetês.
Independentemente da crença, toda religião ensina os bons principios.
Mas princípios que podem vir desde cedo, desde sempre.
Princípios que na verdade antes tudo, começam em casa, na formação de cada um.