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quarta-feira, 25 de julho de 2012

HISTÓRIAS DE INFANCIA

No blog alemdos30.blog.terra.com.br, tem um post sobre as invejas infantis, de quem tem mais de 30 anos.
Texto inteligente, bem escrito, me inspirou.
Primeiro, as invejas infantis de quem tem mais de trinta  e de quem tem mais de 50 anos, têm muita coisa em comum.
Tive quase todas aquelas invejas na infância:
Invejei quem usava aparelhos de correção nos dentes: à mim pareciam charmosos, e coisa de quem tinha dinheiro e tinha cuidados extremados.
Braço ou pernas engessados, fora a popularidade das assinaturas no gesso, era coisa de criança ativa, que estava á mil, fazendo algo diferente,estripulias criativas.
Óculos, também era charme, coisas de quem estava “bem de vida” e tinham pais cuidadosos.
Lembro me da coleguinha Fátima Posca  que aos 15 anos colocou inseparáveis óculos e eu a achava tão chique,com cara de inteligente.
Meus dentes, por sorte nasceram certinhos, nunca precisei engessar nada, e aos 18 anos graças á uma miopia galopante, descobri que as palavras” usar óculos” e” charme” nunca estão na mesma frase.
Mas tive também doces invejas infantis, daquelas que chamam inveja boa, que é aquela que não se incomoda que o outro tenha, apenas quer ter também.
Eu quis muito aquelas maria chiquinhas de elásticos com bolinhas coloridas na ponta.
Minha mãe comprou, mas não tinha como eu usar, cabelos curtos e crespos, mas eu tentei muiitooo, esticava tudo que podia, até ficar com olhos puxados feito japonesa, mas nunca deu certo,os cabelos rebeldes insistiam em escapar.
Sempre quis ter e nunca tive: uma lancheira de plástico rosa, quadriculada,com uma garrafinha para o suco, que nem tinha a tecnologia de conservar a bebida gelada. Hummm, mas eu achava tão bacana...
E caixa de lápis de cor, com 24 cores, dos grandes.
As minhas sempre foram de 12 e dos pequenos.
Das crianças, cujos pais tinham profissões itinerantes, nunca tive invejinha.
Sempre gostei de ser DA cidade, nada de vida cigana.
Tive invejinha de festa de aniversário.
Não era comum na época, só algumas privilegiadas, não só por questões financeiras, os pais achavam que dava trabalho, que não era importante.
A primeira festinha de aniversário que vi, foi em Tabatinga, da Silvinha Sgarbi.
Mesa enfeitada, bexigas, guaraná e groselha, chapeuzinho para as crianças, bolo, e a gloria suprema….as velinhas e o” parabéns  pra você”.
As pessoas chegando com os presentes, as crianças dançando e cantando Roberto Carlos em Ritmo de Aventuras, aquele de “Eu sou terrível”,
Nessa primeira festinha, eu tinha uns 8 anos, minha irmã seis, nós não tínhamos sido convidadas, não éramos amiga da aniversariante, mas éramos vizinhas.
Eu achei tudo aquilo tão bonito, que chamei minha irmã para ir comigo espiar.
Estamos escondidinhas olhando, quando a D.Eunice mãe da Silvinha nos viu. Ela era professora do jardim da infância, o que hoje chamam  de pre escola.
Nos convidou para entrar, participar da festa, e nós na maior inocência, fomos felicissimas.
A Silvinha ,aniversariante, tinha a mesma idade que minha irmã.
Desde esse dia, as duas ficaram amigas insepáraveis, por todo o tempo em que moramos em Tabatinga .
E participamos de todas suas festinhas, agora como convidadas, já íntimas da casa.
A amizade com a Silvinha perdeu se no tempo,quando mudamos da cidade, mas ficaram as lembranças, e para mim ficou a situação especial de festas de aniversário.
Adoooro.
Curto as minhas até hoje, faço festas para tias, parentes, amigos, sobrinhos,e quem mais vier.
E para eu fazer festa, não preciso de dinheiro.Faço como posso, como dá, mas encaro como festa.
Com uma caixinha de gelatina, uma caixinha de bolo, faço virar festa.
Invejinha infantil, que deixaram lembranças boas
Era tudo tão mais simples, tão mais fácil...

3 comentários:

  1. Picida, infelizmente não consigo mais acessar meu antigo blog, mas vou reescrever o texto das invejas infantis.
    Tive a lancheira que você mencionou e muitas caixas de lápis de cor. Também tive as maria chiquinhas com bolinhas coloridas. Todo mundo tinha na época e felizmente meus cabelos eram compridos!
    Obrigada por me lembrar de mim mesma!
    Beijos.

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  2. Cida, A D O R E I esse teu texto.
    Já te falei e repito o qto gosto de ler tuas histórias.
    É bom demais.
    Um beijo e parabéns pelo teu blog.

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  3. Olá...Adorei ler este seu post sobre infância, você escreve super bem e com uma graça enorme. Adoro.Grande beijo

    Cirléia

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