Observando as pessoas tímidas, as extrovertidas, analisando, não tenho a menor dificuldade em dizer em qual grupo me enquadro.
No pessoal extrovertido.
Juro que ás vezes tenho que me esforçar para entender os tímidos, pessoas que chegam a sofrer quando têm que falar em público, quando se sentem observados.
Falar em publico para mim sempre foi muito natural.
Desde minha primeira infância, ainda no primeiro grau, morando em Tabatinga, eu era aquela que não se encabulava cada vez que o professor convocava para ler, cantar, recitar, na frente dos outros alunos, pelo contrário, até gostava.
Nas datas comemorativas, era comum os professores escolherem dois ou três alunos de cada classe para recitar, e então, para cada escolhido era dado uma poesia para ser declamada.
Não sei qual era o critério da escolha: se eram os melhores alunos, os mais bonitinhos, os mais comportados, ou simplesmente, uma vez de cada vez, só sei que eu queria participar sempre.
Quando percebi que isso nem sempre seria possível, perguntei á professora, se eu poderia fazer minhas poesias. Sem problemas. Pronto.
Então, 7 de setembro lá ia eu; “Agora vou recitar para vocês, a poesia Independência do Brasil, de minha autoria”.
E assim, seguia Dia do Trabalho, Dia das Mães, dos Pais, e o que mais houvesse.
Começaram á gostar, e lá estava eu, em meus momentos de “fama”.
No segundo grau, eu era sempre escolhida pelo grupo para apresentar os trabalhos, às vezes ficava só com essa tarefa, enquanto uns se apavoravam com a idéia, eu fazia isso com a maior tranqüilidade. Normal.
Organizava circos, vendia ingressos, e claro, participava.
Não gostava de participar dos desfiles, ou paradas escolares com uniforme escolar.
Sempre participava, em algum carro alegórico, e conseguir as roupas para isso era outra história.
Nunca havia dinheiro disponível para essas coisas, eu criava, improvisava, dava um jeito, dava certo.
Números musicais, então…
Danças em gincanas, dublê de Ney Matogrosso, Carmem Miranda, e o que mais aparecesse.
Festa junina, teatros, lá estava eu…
Quando, aos 18anos fui para SP. Ibitinga se destacava como Capital Nacional do Bordado,
A prefeitura da cidade fez divulgação nos principais programas de auditório da época, e então precisaram de alguém que desse entrevistas, como eu estava em SP, e era cara de pau suficiente, lá fui eu em “Almoço com as Estrelas”, “Clube dos artistas”, falar da minha cidade.
Rede nacional, horário nobre, eu, caipira do interior, e ali tranquilíssima…
E assim tem sido por toda minha história.
No trabalho, na área de moda, lá ia eu apresentar desfiles de moda, nos programas femininos.
Todas as Tvs. SBT, Globo, Band. Record, Gazeta, até Tv Manchete. Lá estava eu.
Serena.
Como gerente de vendas, sempre na mesma área, falar com gerentes de grandes redes , lojas sofisticadas de shoppings, ou lojas simples de bairro, lá estava eu.
Apresentando-me, apresentando os produtos, na maioria das vezes, ficando amiga dos clientes.
Quando escrevi para um jornalzinho daqui de Ibitinga, já morando em SP. Achava natural entrevistar celebridades da época, mesmo sendo uma ilustre desconhecida, de jornal ou revista idem.
E assim, entrevistei jogadores de futebol famosos da época, atores, cantores, e quem mais interessasse.
As celebridades também eram mais acessíveis, não era apenas minha cara de pau, eles eram menos “estrelas”.
Ter esse jeito extrovertido, acho que mais ajudou que atrapalhou.
Conheci pessoas e lugares interessantes, ajudou-me no trabalho, na carreira.
Mas sempre procurei não ser inconveniente, saber a hora de me colocar em cada lugar.
Não sei se sempre acertei, mas sempre estive atenta para isso.
Nem todo mundo sabe, mas Picida é apelido, meu nome é Maria APARECIDA.
Muito APARECIDA.
* Siiiimm...esse Ney MatoGrosso sou eu!!
Tô sabendo...
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