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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

AMIZADE DE INFANCIA É PARA SEMPRE II



Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distancia digam não.
Bem pensado e bem dito.
Os amigos, mesmo aqueles que o tempo e a distancia se fazem valer, ficam as lembranças na memória e no coração. Ficam para sempre.
As minhas primeiríssimas amigas, o tempo e a distancia disseram não. Só ficaram as lembranças, e a saudade.
Minha primeira amiga em Tabatinga, quando ainda cursava o curso primário, foi a Célia Giansante. Já falei sobre ela .
No curso ginasial, também em Tabatinga, minhas melhores amigas eram a Sirlei Andrade, e a Marli Fugikata. Éramos colegas de classe, íamos e voltávamos juntas da escola.
 Primeiro eu passava na casa da Marli, depois Sirlei, e andávamos uma boa distancia á pé. Não era comum os pais levaram os filhos na escola, mas a gente curtia a caminhada, era um dos momentos mais divertidos, conversávamos muito, colocávamos a conversa em dia, parávamos para conversar com os outros colegas, corríamos para fazer tarefas escolares que por ventura estivesse faltando, não a Marli, claro,  como sempre  senso de responsabilidade nota 10.
Foram quatro anos de amizade intensa, contatos diários.
Com a Sirlei, o contato era maior ainda, porque saíamos juntas tambem aos domingos, íamos a missa, cinema, passeio na praça, paquerávamos e a Marli não. Ela não gostava de sair. Só se interessava pelas novidades na segunda feira.
Teve uma fase em que ela e a Sirlei brigaram, não me lembro o motivo, mas ficaram muito tempo sem se falar, mas hoje acho muito engraçado, eu continuava passando na casa da Marli, depois da Sirlei, e íamos juntas para o colégio.
Eu ficava entre elas, e servia de ligação nos diálogos, as duas só falavam comigo, eu distribuía os diálogos. Acho que essa situação durou por mais de ano, até o dia que não pude ir aula, elas tiveram que ir sozinhas, na ida, foram juntas em silencio, na volta, já estavam amigas.
Quando aos 15 anos, me mudei para Ibitinga, continuamos amigas, nas férias eu passava no mínimo uma semana hospedada na casa da Sirlei, numa integração total, amizade pra valer.
 Na casa da Marli, eu só fazia visitas. Depois dos 18 anos, quando me mudei para SP, nunca mais as vi, perdemos o contato totalmente,
Qdo voltei a morar interior, mais de  30 anos depois, soube que a Sirlei havia se formado professora e casado com o Dito, primeiro namorado, que chequei a conhecer, e se mudou para Nova Europa, uma cidadezinha na região.
E  passeando em Tabatinga, vi a Marli.
 Pedi para o Décio parar o carro, desci, fui ao seu encontro, me identificando toda sorridente, feliz por vê-la.
“Oi Marli, sou a Picida”. Acho que pensei que ela fosse me abraçar:”Oi que saudades, por onde andou? O que tem feito?”. Ela :’Oi, tudo bem?”
Então, eu que converso até com parede, fiz perguntas, ela me disse que morava em Brasilia, acho que disse que tem um desses empregos federais, e fez uma única menção ao nosso passado:” Outro dia, falei de você para meu chefe, contei para ele que tive uma amiga na escola, que fazia todas as minhas redações, lia meus livros e fazia os meus resumos “ Trocamos os telefones. Ninguém ligou pra ninguém. Nunca mais nos vimos.
Acho que o reencontro emocionado era uma fantasia minha.
Fantasia que alimentei com doces lembranças.
A estima e carinho pelas duas amigas,permanecem .
Do lado esquerdo do peito. 

2 comentários:

  1. Como são díspares as emoções que nos movem e constroem os momentos...

    Beijocas!

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  2. Querida, muitos reencontros podem ser emocionantes sim. Como o que tivemos, por exemplo. Lucia Salata

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