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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

SEM NUNCA TER SIDO

Para ser jornalista, é necessário a conclusão de curso superior.? Acabou a obrigatoriedade.
Quando deixei Ibitinga, aos 18 anos, no ultimo ano do colegial, queria estudar jornalismo, queria ser uma jornalista.
Isso, porque com a pretensão exorbitada típica nessa idade, acho que já me achava jornalista.
Eu escrevia para o jornal da cidade “O Comercio”.
Era colunista fixa, escrevia sobre variedades, incluindo a vida social da cidade.
 Era a Joyce Pascowicth do pedaço, da hora. Acreditava que era.
E quando chequei a S.Paulo, juntei o fato de gostar de escrever, com a tremenda cara de pau, que me era peculiar, e saí entrevistando quem eu tivesse interesse em conhecer, com o pretexto de colocar no jornal.
Unia o útil ao agradável. Eu realmente fazia entrevista, eu realmente as publicava.
Outros tempos, as celebridades davam oportunidade.
Eu entrevistei quem eu quis.
No auge de Festivais, num festival da Globo em 1975, ganhou Carlinhos Vergueiro, com uma música que falava sobre futebol. A música era boa, ele era bom, e bonito!.
Descobri sua gravadora, descobri seu empresário, marcamos a entrevista, fui até seu apto na Oscar Freire. Um apto pequeno, modesto, ele com a filha bebê.
Quem estava lá, tocando violão com ele? Toquinho. Um ídolo, grande músico e bonito.
Pensa que eu me acanhei? A caipira do interior, encarou tudo com naturalidade, fiz a entrevista, achei os dois muito legais, educados, atenciosos. Escrevi a matéria. E fiquei “me achando”.
Depois, meu lado “Maria chuteira”, quis conhecer Oscar, na época zagueiro da Ponte Preta, simpático, bonitão, estudava Fisioterapia na PUC de Campinas.
Ele estava despontando na carreira, depois foi por anos zagueiro do SP e foi titular da Seleção Brasileira do Telê Santana, aquela do Zico e Sócrates.
Também descobri na pura cara de pau. Telefonei para time, assessoria de imprensa, marcava entrevista e publicava.
Assim entrevistei o Vladimir do Corinthians, Valdir Peres do São Paulo.
Kito Junqueira era um ator global, de muito prestigio na meio teatral na época, com peça de sucesso e prêmios com a peça Bent.Principal ator da TV TUPI.
Pronto. Mesma coisa. Pesquisei, localizei, entrevistei, e publiquei.
Onde? No jornal de Ibitinga.
Com todos, eu tirava uma foto.
Minha irmã, fã ardorosa do cantor Fagner. Quer conhece-lo? Deixa comigo…
Ele no auge do sucesso, de lotar estádio, eu entrevistei, nos encontramos tanta vezes que ele chegou a ficar “amigo”, tanto que em duas capas de seus CDs, fotografou com camisas que foram presentes de minha irmã.
E um dia, no seu camarim ele nos apresentou Milton Nascimento e nós ali, cara de paisagem… Mas, essa é uma história para um capitulo á parte…
E, glória para mim, foi entrevistar a dupla gaúcha Kleiton e Kledir, meus ídolos máximos dos anos 80, em temporada de sucesso no Palace, a casa de show do momento.
Para mim, isso era muito natural.
Isso não é, digamos um “instinto” jornalista natural?
Eu escrevia o que acontecia.
Com o amadurecimento, essas aventuras foram passando, mas fiz assessoria de imprensa, que era mandar um texto falando sobre os lançamentos, com fotos feitas por profissionais para serem publicadas na imprensa.
Tive considerável êxito nessa tarefa, mas ela era só um complemento de meu trabalho, que era na verdade, gerente de vendas.
Voltando para Ibitinga, fui convidada a escrever na revista Multivisão.
Revista local, pequena circulação, mas eu tinha minha coluna, escrevia sobre o que bem entendesse.  Prestei vestibular para Jornalismo na \Usp, não consegui entrar. Fiz Letras, nem completei.
O dinheiro que me sustentava vinha de meu trabalho na área de moda e o sonho e vocação foram passando.
No seu blog, a Tatiana Rezende comenta sobre os estragos que um mau jornalismo fez com a história da Escola Base de São Paulo. Realmente. Verdade.
No meu comentário, falo do estrago, que a imprensa fez com a vida e carreira do cantor Wilson Simonal.
Estrago que começou com o pessoal do jornal O Pasquim, o grande órgão de oposição do Governo militar, aquele que tinha coragem e competência para dizer verdades com talento.
Era formado por grandes intelectuais, nenhum jornalista formado.
Grandes intelectuais. Que erraram, acertaram, como qualquer jornalista profissional.
Formados ou não.
Com Kito Junqueira:Um astro,e bastante talentoso
Com Kleiton e as pernas do Kledir no Palace
Grandes compositores ,dos melhores

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