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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

RAIZES E ASAS

Tempos corridos e dificieis, desses de ás vezes, não saber para onde correr.
Então, sem saber para onde correr, páro.
Páro e penso.
Tento pensar e acreditar no futuro melhor, na força e capacidade de luta de cada um seguindo seu caminho. Todos podemos. Verdade. Isso é só o começo.
Comecei a semana com reflexos e reflexões sobre a vida.
Sobre o tempo vivido, historias construidas, sonhos a realizar.
Ter mais de 50 anos é um privilegio enriquecedor. As mudanças vistas de perto.
 E para não ficar só com papo de "no meu tempo" tento achar mudanças para melhor na vida das pessoas, na qualidade do ser humano.
Tecnologia ao alcance de todos: teria o mundo mudado para melhor?
Onde? Me convençam, please…
Revi no google  uma palestra do teologo Mario Sergio Cortella, ex Secretario da Cultura de SP, onde ele fala das mudanças na vida das pessoas. Fala sem julgamento, só constatação.
Antes da chegada da TV, a familia se reunia á mesa do jantar, e a comida era servida para todos no mesmo horário.
AS pessoas se viam, se falavam. Hoje cada um chega num horário, e segundo ele vão para sua "tóca".
Cada quarto com sua TV e seu computador
Comem quando tiverem fome, esquentam no microondas, cada qual no seu horário.
Na sala de visita, as poltronas e o sofá ficavam virados um para o outro. As pessoas se reuniam  para conversar.
Se chegasse uma visita, seria bem vinda, trazendo noticias, assunto, conversa.
Hoje uma visita, na maioria das vezes, incomoda .
As pessoas querem seu tempo, seu espaço, sua TV, seu programa.
Se um amigo ligasse para falar com o filho, o pai ou mãe, sabiam quem era,
Hoje, o amigo do  filho, liga direto no celular dele e muitas vezes não se sabe com quem ele fala, o que fala.
Hoje há  pais que as vezes, nunca andaram de avião e mandam o filho para Disney. Expectativa na chegada, os pais perguntam ansiosos :" E Então fiilho, como foi? Gostou?" Ele responde blasé : "Legal. Normal."
E segundo Cortella, acontece a "despamonhanização" da familia.
Dei muita risada quando o vi falar sobre isso e explicar, porque vivi a fase da pamonha em familia, e tinha esquecido completamente.
Fazer pamonha, era um evento onde toda familia participava.
Havia a turma da colheita (os homens), as crianças descascavam o milho, tiravam os cabelos, as mulheres se dividiam em grupos para o preparo, costuravam os saquinhos, e a degustação envolvia até os vizinhos.
Hoje não há uma atividade que envolva todos dessa forma.
E agora uma avaliação minha: Porque agora os pais tem que cuidar dos filhos para todo sempre e sempre?
Eles não amadurecem, não se comprometem nunca?
Não vejo casos isolados, vejo todos assim.
Onde existe a falha? São os pais que não os libertam, não os preparam? São os filhos que não querem? Um pouco de tudo?
Aos 18 anos eu fui morar em SP para trabalhar e estudar. Ninguem me deu nada de mão beijada, e eu não esperava que me dessem. Não que eu fosse melhor que qualquer outra de minha geração. Era todo mundo assim. Todo mundo na luta pelo seu espaço, sua vida.
Tanto é, que por muito tempo dividi apto com outras garotas, dividindo casa, sonhos, trabalho, responsabilidade, compromisso.
Ainda existe "republica de estudantes"? pelo que vejo, hoje cada estudante, quando sai da casa dos pais (quando sai) móra sozinho, as vezes mora em flat, e o pai e a mãe continuam ralando.
Trabalhei por mais de vinte anos no bairro do Bom Retiro em SP, quando era domínio de judeus.
Por conta disso, acabei tempo uma convivencia muito próxima com o estilo de vida desse povo.
Nem tudo são flores, mas haviam coisas á serem admiradas e copiadas.
Todo filho e filha de judeus, ao completar 17 anos passava uma temporada em Israel em "Kibuts", a comunidade onde aperfeiçoavam a lingua, conheciam melhor sua história, sua cultura e trabalhavam.
Vi filhos de pais ricos, passarem um ou dois anos trabalhando por lá nas atividades que melhor se adequassem.
Filhos de pais muito ricos, lavavam roupa, louça, chão.
Exercitavam o hábito de servir um ao outro, em prol de todos.
Filho de judeu, nunca vi entrar na empresa do pai, como "filho do dono".
Melhor sala, melhor mesa. Nããõo.
Entrava como ajudante, carregando pacotes, sendo office boy, conhecendo a empresa desde o trabalho mais simples. Só depois de experiente, decidia se em qual atividade ele iria se fixar e aí então comandar.
E  atualmente a maioria dos pais quer dar para os filhos tudo aquilo que não tiveram.Isso é melhor?
Como disse Cortella, o mundo que vamos deixar para nossos filhos amanhã,  será o que estamos construindo para eles hoje.
E como disse Liliana, minha irmã, que leu não sei onde que o maior legado que um pai pode deixar para os filhos é RAÍZES E ASAS.
Raizes para firmar sua historia e asas para voar e descobrir a vida.

Um comentário:

  1. OS TEMPOS MUDARAM, PARA A MAIORIA... MAS AINDA HÁ QUEM TEM VALORES DE FAMÍLIA, CONHEÇO PESSOAS QUE APESAR DE TODAS ESSAS MUDANÇAS CONSERVAM ALGUNS COSTUMES , PORQUE AMAM
    (palavras de uma amiga minha Margarida , eu compartilhei no mural dela seu texto pois achei excelente )

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