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sábado, 26 de outubro de 2013

FAMILIA

È uma pena que só depois dos cinquenta começamos a definir o que realmente tem importancia na vida.
A dar o real valor de cada coisa.
Quando somos jovens,no auge da energia, achamos que sabemos tudo e que no fundo não precisamos de ninguem.
E queremos muitas "coisas". Nem todas muito importantes.
Quando começamos a descobrir que na realidade viver é muito simples e muito bom,quando começamos a dar valor aos poucos e verdadeiros amigos e especialmente a familia, ás vezes, acontece de termos perdido alguns  muito importantes para nos
Eu tenho como caracteristica desde sempre  valorizar amigos.
Nem sempre acertei. Quebrei a cara muitas vezes.
Mas esses que ficaram, que agora aos 57 anos, sei amigos, são poucos e valem muito a pena.
E quando digo que desde sempre valorizo-os, é porque escancaro isso, deixo-os saber o quanto valem.
Faço questão disso.
E mais ainda quando se trata de familia.
E isso aprendi com minha mãe.
Aquela coisa: antes eu não via isso direito.
Parecia que era normal, banal.  Não é, com certeza.
Começa na familia dela, que só agora notei exatamente como são, como se tratam, como se querem.
Dez irmãos no total, sendo 4 homens e seis mulheres, sendo tres já falecidas.
Eles nunca se perderam de vista.
Nunca brigaram, nunca discutiram..
Porque embora em muitas vezes tenham condutas e opiniões diferentes, acima de tudo se respeitam, e lidam bem com as diferenças.
Gente simples,de sabedoria simplória,mas que tratam os laços de irmandades com muita, muita atenção.
Devoção quase.
Os que moram longe, se visitam, se falam.
Os que são da mesma cidade então..
Uma vez por semana se encontram, trocam noticias um do outro
Trocam preocupações, companhia, gentileza.
A mais velha hoje tem 84 anos, o mais novo quase 70.
E  foi uma vida inteira assim.
E isso minha mãe passou para os filhos.
Sem didatismo, ensinou com naturalidade.
Ou do melhor jeito:com exemplo.
Primeiro:ela nos ensinou sempre a respeitar meu pai.
Tivesse a crise que fosse no casamento, ela nunca deixou que as queixas dela, se transformassem em queixas nossas.
AS vezes, reclamava dele, e se encontrasse eco em um dos filhos, logo "corrigia: mas ele é otimo pai, e adora os filhos". Ponto.
E entre os seus filhos, ela nos fez amigos e irmãos.
Somos em 4. Neto, o mais velho tem 59 anos, depois eu, com os ja declarados 57, Liliana 55 e Ze Luiz caçulinha com seus 50
Todos com carinha de 30.
Somos diferentes, mas tambem nos respeitamos muito, não julgamos.
Somos parceiros. Nos ajudamos no que podemos.
Pode ser com dinheiro,quando dá, pode ser com palavras, com ouvidos,com colo.E quando não dá para
fazer nada mesmo, pode ser até levando uma roupinha para benzer.
Nunca brigamos de ficar de mal. Já discutimos,claro, e pronto,passa.
E tudo muito natural.
E hoje morando cada um numa cidade, ela continua perguntando diariamente a todos nós: "seu irmão ligou?"
"Falou com o Neto hoje?"
"Noticias da Liliana, e do Zè Luiz?"
Os respectivos companheiros que se acostumem com isso...
Decio, o meu, as vezes até se enche um pouco, mas na maioria das vezes acha graça,e brinca com ela: "alguem ligou?" Alguem é um dos filhos.
Mas é muito bom.
No fim, o que sabemos, é que de verdade, nenhum de nós nunca está sozinho.
A gente tem sempre um ao outro para contar.
Uma boa descoberta. Ainda bem, que a tempo, quando tenho todos eles aqui comigo.



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