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domingo, 12 de agosto de 2012

O ULTIMO DIA DOS PAIS

O Dia dos Pais do ano de 1998,caiu num dez de agosto.
Meus pais moravam em Bragança Paulista, uma cidade linda há 60 Km de SP. Meu pai há cinco anos fazia hemodíalise.
Apesar de ser um tratamento doloroso para o doente e para a familia, meu pai reagia bem ao tratamento.
Há pouco tempo ele havia redescoberto a vida.
Passeou, viajou, fez festas, fez amigos.
Aos sessenta anos,vaidoso, bonitão. Sempre bem vestido e perfumado.
Gentil e educado. Nem sempre foi assim.
Mas agora era assim.
Carinhoso e beijoqueiro.

No sabado, eu e o Decio fomos de Cotia a Bragança busca-lo  depois de mais uma sessão de hemodialise  para que ele passasse o Dia dos Pais conosco  em SP.
Ele passou o sabado na casa da Liliana, minha irmã, curtindo os netos, passeando por shoppings.
No domingo fomos almoçar numa churrascaria muito legal na av. Angelica.
Apesar de lotada, o atendimento foi ótimo, o almoço foi alegre, divertido.
À noite meu pai e minha mãe voltaram para Bragança num ônibus confortável, a chegada à rodoviária era tranquila, taxi fácil.
Nos falamos por telefone por volta das  22hs.Ele estava feliz, tinha sido um fim de semana ótimo.
Me agradeceu muito por isso.
"Obrigado,filha".
Me contou que o Neto, meu irmão mais velho que morava em Ibitinga tinha ligado para cumprimenta-lo, que o Zé Luiz, meu irmão caçula que mora em Londres, apesar do adiantado na hora lá, tambem ligou.
Segunda  feira pela manhã foi fazer hemodiálise.
Não voltou.
A dor da perda nem o tempo aplaca.
Eu sinto sua falta, sinto saudade, e fico confusa, não sei se  me conforto dizendo pra mim mesma: ao menos morreu feliz, ou se me revolto e digo " logo agora que ele estava tão feliz"…
Mas ficou para os quatro filhos O Dia dos Pais, da despedida.
Procuro guardar na memoria e no coração a alegria da despedida, foi um domingo tão especial.
Essas lembranças ajudam a suportar a dor da perda, a saudade que sinto, a falta que ele me faz.

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